sábado, setembro 02, 2017

Danilo Forte: "PMDB fica muito grande e não vamos aceitar"

POR: RENATA BEZERRA DE MELO / FOLHA POLÍTICA


Não foi só na bancada do DEM que a iminente travessia do senador Fernando Bezerra Coelho e de seu filho, o ministro Fernando Filho, para o PMDB gerou insatisfação. Dissidentes do PSB que vinham empenhados na construção coletiva com o DEM foram pegos de surpresa. "Causou uma certa perplexidade. Inclusive, quem tava patrocinando as conversas na busca da construção do novo partido com o DEM era, exatamente, o ministro Fernando Bezerra. As principais conversas feitas com o grupo de Mendonça e de Rodrigo Maia foram, exatamente, com Fernandinho presente. Fernandinho foi bancado por esse grupo", desabafa, à coluna, o deputado federal Danilo Forte (PSB/CE). Detalhe: foi esse grupo que "comprou a briga" dentro do partido a favor da indicação de Fernando Filho para o ministério.

De lá para cá, o enfrentamento interno foi tamanho que resultou, inclusive, na destituição de alguns socialistas dos comandos de diretórios em seus estados. Danilo Forte foi um dos que sofreu punição por ter votado alinhado ao governo. Agora, admite que o anúncio, feito por Romero Jucá, da ida dos Coelho para o PMDB resultou em "constrangimento". Ele aponta dois equívocos na movimentação. "Primeiro, isso cria um problema para o Temer, porque o PMDB fica muito grande dentro do governo e nós não vamos aceitar isso passivamente. Até porque foi a gente que bancou Fernandinho", avisa. Danilo prossegue: "Do ponto de vista de Pernambuco, também cria embaraço para aliança, porque o Jarbas (Vasconcelos) vai aceitar isso passivamente? Como fica a questão dos aliados, Mendonça Filho, Bruno Araújo e Raul Jungmann, nessa história, entendeu?". Danilo reforça as consequências que sofreu em meio à briga para apoiar o governo. "Teve meu caso da Teresa (Cristina), do Fábio (Garcia). Vamos ficar passivos? Vamos só bater palmas?", questiona. 

Podemos ou não podemos
No último dia 22, os dissidentes do PSB chegaram a ter uma conversa com o Podemos. O encontro deu-se na casa de Danilo Forte, solicitado por Álvaro Dias. "Fiz esse encontro, colocando que a decisão seria coletiva", realça. Na ocasião, foi dito a Álvaro que construção com o DEM estava bem mais avançada.

Planos > Danilo considera a ida para o PMDB um "retrocesso". "Continuo defendendo a construção do novo com cara nova, nas quais queria incluir Fernando Bezerra Filho. Mas, se ele está tomando esse rumo, vou aceitar. "Dentro do contexto do novo, no projeto nacional, ele ia ser nosso candidato a governador de Pernambuco, numa aliança com Mendonça, Armando...", registra Danilo.

Ponte aérea > Paulo Câmara embarcou, ontem, para Vitória (ES) a convite de Renato Casagrande. O governador participa, hoje, da convenção do PSB naquele Estado, onde Renato deve concorrer a governador em 2018.

Alerta > Setores da oposição apostam que Augusto Coutinho, presidente do Solidariedade em PE, pode acabar sendo convencido a se aliar ao palanque que deve abrigar os ministros pernambucanos. Avaliam que no seu entorno há insatisfação com o não cumprimento do acordado com a Frente Popular.

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